Então? Já era iinevitável confrontar esse pedaço inacabado de vida diante de mim, apoiado em velhas muletas , que também deviam estar a precisar de outras muletas para se apoiarem em longas e porque não intermináveis caminhadas...ou arrastadelas pela cidade de Maputo em busca de qualquer coisa para se aguentar para mais uma outra arrastadela até uma outra próxima coisa...e a sequencia de coisas e arrastadelas seguiriam até que ele se tornasse finalmente numa coisa bem feia sendo arrastada por outras coisas. Fixei os olhos naquela forma de vida, e pensei comigo mesmo, a sorte dele foi pior que a minha...Eu que sou fruto duma longiqua noite adultério em plena sexta feira, nos murros escuros do bairro indigena, uma noite em que os ventos quase levaram as chapas de zinco que serviam de tecto para aqueles dois corpos poeticamente unidos num escancarado panha moeda, no quarto da tia Joaquina numa frénetica rapidinha após uma sessão de copos de canhú algures num senta baixo perdido no mesmo buraco urbano...pelo menos posso olhar para ele e dizer “Tás mais fudido que eu cabrão”. E não era para menos, estavámos num dilema...ele precisava de 5 paus para um pão e eu tinha o mesmo guito para uma soruma. Então? Que fazemos?Matamos a fome ou ficamos kets?
É mesmo um dilema, uma pergunta bem difícil de responder...acredito que sim, perguntem aos políticos e aos donos da mola deste país! (Afonso Brown)
quinta-feira, 14 de agosto de 2008
Então? 'Que fazemos?Matamos a fome ou ficamos kets?
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