quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Em Nome Da Frontalidade (2)


Digamo-lo antes que alguém no-lo diga: Sistema Aliado, Terceiro Bloco dos Incultos, Classe Neutra etc, eis algumas bandas que respiram talento, mas não tem direito a espaço de antena no Clássico Hip Hop Time (CHHT). Isso, não sou Eu quem vo-lo diz, falo de talento. Essas bandas e mais algumas que não me ocorrem no momento são a síntese do que melhor há de Hip Hop em Moçambique. Posto isto, CHHT não veicula um terço do Hip Hop Nacional (HHN), mas também seria díficil cobri-lo na plenitude, no entanto deveria – tentar – apresentar o que de melhor se faz em termos de conteúdo na abordagem hiphopiana no país. Já ouvi algumas músicas relevantes nesse programa, mas grosso modo esses temas são superficiais. Tempo houve em que no CHHT falou-se muito de responsabilidade social – lixo – lembram-se?; nessa altura muitos mc's começaram a compor em torno do lixo na cidade de Maputo, era tudo lixo, mas no fundo lixo era o estilo de temas que compunham. Mas no fundo essa prefência por temas ligados ao lixo foi induzida e os mc's ávidos por aparecerem cairam nessa, todos queriam ser celebrados pelo CHHT, queriam aparecer. Porque isso de ter ideias próprias não é para moçambicanos, tornaram-se "Maria vai com todos".

Sendo o CHHT o programa de maior abrangência a nível local, penso que devia existir uma política ao alcance dos mc's a nível da sua linha editatorial. Fala-se em qualidade, mas não vejo diferença em termos de qualidade entre os temas de eleição do clássico com os excluídos, muito pelo contrário os que passam devem muito aos que de mão em mão se dão à conhecer.

Falta no HHT uma linha clara para todos. Mas a maior pecha, do CHHT quanto mim, é divulgar o já divulgado.


POR : XIGONO

Sem comentários: