terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

BEAT HOPPERS

Tendo em conta as novas tendencias de produçao, que mesmo sendo positiva as vezes caem no erro de disvirtuar ou pretender uniformizar o conceito de boa musica rap, que chegaram a Maputo como uma febre que pariu seguidores e fanaticos de grandes produtores como 9th wonder, jd, etc, criando verdadeiras seitas onde se idolatram tais nomes ao ponto de alguns programas radiofionicos excluirem no seu cardapio outros grandes nomes e grupos que escreveram a historia do rap americano, apostando quase na totalidade do programa em linhas de produçao mais voltadas as influencias jazz ou generos parecidos...todo programa é livre de seguir a linha editorial que melhor entender mas quando essa mesma linha exclui outras tendencias e gostos, que até ariscamos a dizer que correspondem a maioria entao ja nao é legitimo denominar esses programas como a "casa" do hiphop. O xitapora ja esta a preparar um debate em torno deste assunto, e em Março os nossos articulistas irao bombardear opinoes/artigos para os nossos leitores pelo que ja agora convidamos a todos interressados e sensibilizados a enviar-nos também os seus artigos e opinioes. Fugindo um pouco a nossa politiica editorial que preconiza um certo tipo de articulistas hoje trazemos um rapper portugues, Valete, amado em Maputo ao ponte de ja ter gerado clones locais tanto a nivel ideologico ou mesmo ao nivel do flow, com um artigo extraido na quarta ediçao do magazine IV STREET de dezembro de 2006 abordando um pouco deste tema. Este é o ponto de partida na discussao deste tema.


BEAT HOPPERS

O aparecimento de alguns grupos da DaisyAge (Era do rap positivista e espiritualista), que apostavam em suportes rítmicos maisorgânicos e mais bem compostosmusicalmente, como os De la Soul ou os ATribe Called Quest, e projectos maisrecentes como os The Roots, Kanye West,Slum Village etc, trouxe para o movimentoHip Hop um tipo de apreciadores bem peculiar.
Muitos vieram da área do funk, do jazz, dosoul e outros ainda mais ecléticos foram descobrindo o Hip Hop através desse génerode grupos. Eu chamar-lhes-ia de “beathoppers”, porque este tipo de admiradoresda música Hip Hop caracteriza-seessencialmente pelo fascínio que têm pelos os instrumentais. Analisam o groove, a origemdos samples, os drums, a textura sonora, e quase sempre negligenciam o MC, com osseus skills, as suas rimas, o seu estilo, osseus temas etc. Radicalizando, Sam TheKid apontou-os como: “os tais intelectuaisque não percebem rimas, só
instrumentais”.Resumindo os Beat-Hoppers são aqueles que desejariam que todos os álbuns de Hip Hop fossem álbuns de instrumentais. Acham que o Rap só atrapalha.Daqui não vem nenhum mal ao mundo, porque as pessoas (mesmo que descontextualizadas) têm direito de retirar e absorver da música aquilo que mais lhes agrada. O problema é outro. O problema é que a critica musical, que hoje se ergue segura de si, dizendo-se especializada em Hip Hop, e que está espalhada pelos jornais, revistas, rádios e blogs, é quase toda ela composta por Beat-Hoppers. Ou seja, a crítica ou pseudo-crítica de “Hip Hop” em Portugaltem patrocinado a morte do Mcing. Eu adoro pastéis de nata, e até tenho sensibilidade gustativa suficiente para perceber quando estão mais açucarados ou mais torrados, mas não é por isso que me vou classificar como um especialista de pastéis de nata, e desatar a escrever artigos sobre o assunto. Contudo, temos que dar algum mérito aos Beat-Hoppers, porque realmente alguns deles percebem muito de música, e com isso a avaliação que fazem dos instrumentais émuitas vezes cuidada e adequada. E isto tem servido para laurear os produtores mais talentosos, e para inibir ou despertar os produtores menos capazes. O problema é que o pretensiosismo de muitos deles os deixa demasiadamente ingénuos. E muitos realmente acreditam que satisfazem, por exemplo, o Sam The Kid, dizendo que ele tem um álbum primoroso, numa crítica onde gastam 50 linhas para falar dos instrumentais dele, e 2 linhas para falar das rimas e dos skills. Afrika Bambaataa disse numa entrevista, que cada vez mais lhe agastava essa designação de “Hip Hop music”, porque parece que isso direccionava todo o significado do que é o conceito Hip Hop exclusivamente para a música, e apagava a noção de Hip Hop enquanto movimento e uma cultura de 4 (ou mais) vertentes. Ele dizia também que o termo correcto para o que hoje chamamos “Hip Hop music” nunca deveria deixar de ser “Rap” ou “Rap Music”, porque o Rap apareceu como um estilo musical que ostentava a arte de se debitar versos de forma cadenciada. A arte do Mcing. Rhythm and Poetry. Na “Rap music” os beats são importantes, hoje mais ainda, mas nunca se tem uma grande música de Rap quando um MC se revela débil sobre o instrumental. E isto é algo que os Beat-Hoppers nunca entenderão. E é por isso que jamais poderão ser verdadeiros peritos de “Rap music”. Os Beat-Hoppers nunca compreenderão que os melhores instrumentais do mundo não fazem necessariamente um grande álbum, às vezes nem quando têm um bom MC em cima
deles.No outro dia ouvia os sons que Just Blaze (grande produtor) produziu para o álbum “Kingdom Come” de Jay-Z. Gostando se ou não (pessoalmente não gosto) de muitas das temáticas e das preocupações de Jay-Z, é inegável que é um MC dotado. Mas em cima daqueles 3 instrumentais de Just Blaze, que Jigga pôs no seu álbum, pouco mais podia fazer. São do tipo de
instrumentais tão ruidosos, enérgicos e tão preenchidos que ofuscam qualquer MC. Dificilmente daria para fazer brilhar uma letra em cima daqueles beats. Ali está a prova que um bom instrumental e um bom MC nem sempre resulta numa boa música de Rap. Uma boa música Rap, resulta de um acasalamento apropriado entre o instrumental, a letra e o flow do MC, de forma a que o ouvinte se envolva pelo embalo musical sem nunca se desviar ou perder a atracção pelas palavras de comando, que são as palavras do MC. Muitas vezes uma boa música Rap também se consegue com beats medianos. MC’s como Cannibus, Royce Da 5,9, Eminem já o provaram várias vezes. Nas neste seu novo álbum “HipHop is Dead”, tem uma música em acapella, tentando mostrar às pessoas o que é a magia do Rap, a magia da poesia, dos versos, das palavras, do ritmo vocal. É algo que só os HipHoppers sentem. E é por isso que o Hip Hop está morto. Está morto
porque a maioria das pessoas que o consomem não o sentem verdadeiramente, não o sabem sentir. Um Hiphopper é aquele que consegue passar madrugadas inteiras na rua a ouvir rappers a cuspir barras em acapella. Isto porque amamos Rap, amamos rimas. Os Beat-Hoppers nunca entenderão isto.
Os Beat-Hoppers perceberão sempre porque é que o Kanye West, os De La Soul, os The Roots fazem álbuns clássicos, mas nunca perceberão porque é que álbuns como “Capital Punishment” de Big Pun, “Stillmatic” de Nas, “Revolutionary vol 2” de Immortal Technique, ou “Ars Magna/Miradas” de Nach (por exemplo) são álbuns incontornáveis na História do Hip Hop. Os
Beat-Hoppers serão sempre HipHoppers pela metade.



Por: Valete

(extraido do magazine IV STREET, dezembro de 2006)




sábado, 23 de fevereiro de 2008

Clássicos do Mês : Fevereiro :A Tribe Called Quest - Scenario ft.Leaders of the New School

Desta vez trazemos uma das miticas bandas hip hop a nivel mundial, A Tribe Called Quest performando Scenario ao lado dos Leaders Of The New School. Esta musica tem a particularidade de ter gerado a actualmente famosa frase de Busta Rhymes "Raow! Raow! Like a dungeon dragon!". Outra linha mundialmente conhecida do verso de Busta Rhymes neste classico é "Uh,uh,uh all over the track, Uh, pardon me, uh, as I come back" que foi usada no refrao da musica "As I Come Back" do seu LP Genesis de 2001. O video conta com apariçoes de Spike Lee (que nao dirigiu o video tal como muita gente pensa), De La Soul e Redman.

Finalmente...CLERORGIA!!!!!!!!


Esta é a apresentaçao oficial para Moçambique e porque nao para o mundo inteiro da musica Clerorgia do grupo Sociedade Anonima. Esta musica é uma projecçao daquilo que sera o primeiro e talvez o ultimo album do grupo que devera chamar-se Porno Sapiens. A musica disponivel no playlist do xitapora blog é pra ja um som exclusivo deste blog. Gravada nos estudios Kasulo, esta é mais uma obra onde Fossil(Ice) se assume como uma certeza na produçao sendo responsavel pela maioria das produçoes na Sociedade Anonima. Afonso Brown (Chaminé) da continuidade a linha genesishitstem e mais uma vez se responsabiliza pela letra da musica. A interpretaçao é de ambos, o estilo esta mais consistente, a identidade inalteravel...

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

POVO NO PODER

Com a devida venia da Cotonete Records, a label mais badalada no momento, o Xitapora apresenta o novo video de Azagaia POVO NO PODER. Esta musica que ja foi censurada na Radio Moçambique foi gravada no ambito das recentes greves populares que abalaram Maputo aquando da subida do preço dos transportes semi-colectivos como consequencia do aumento do preço do combustivel. Desfrutem...e comentem também!

Ainda No Laboratório....

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

O eu e os meus personagens

Uma fuga para a hipocrisia ou para a fantasia!!!?

Saudações!

Antes de devagar sobre este assunto, permita-me fixar os alicerces que irão suportar este assunto que passa despercebido para uma grande maioria, mas que se torna o centro de muita confusão a qual chega a gerar acusações, adjectivações de toda a espécie como: aquele fulano tem um comportamento incoerente em relação ao diz em suas músicas. É um MC-fraude. Há vezes ainda que situações similares levam a debates onde se põe em causa a postura daqueles que são tidos como revolucionários, agentes de sátira social, que entretanto a sua postura (quando os encontramos em sua real face) é mais medíocre do que aquele(s) a quem ele tenta consciencializar ou ridicularizar e vezes há, em que no rap, somos presenteados com discursos relatando efemérides e ou ícones mundiais e nacionais tentando parecer que também são poderosos enquanto esses discursos não passam de um acto sensacionalista. Tudo para serem apreciados.

Ora bem, sempre que ouvimos uma música na qual o emissor da mesma se expressa na primeira pessoa, ficamos com a percepção que se trata de uma opinião da qual este é apologista e tratando-se de uma situação pensamos de imediato que o mesmo tenha participado nela (no mínimo). Mas nós os ouvintes corremos um grande risco de sempre

Um outro ponto tem a ver com os MCs que se intitulam, ou assim são rotulados, revolucionários e dispostos a entrarem na linha de combate. MCs que assumem-se como defensores da causa do “povo” (povo este que eles não conhecem, senão pela TV ou quando vão assistir os seus espectáculos), pregadores da igualdade, promotores implícitos do Comunismo, críticos em relação ao Capitalismo (mas que tem uma elevada cultura de trabalho e consumo acima do necessário) e pior, afirmam-se implicitamente como exemplos de estar e ser. São tudo isto e não sei que mais, sem contudo nunca terem demonstrado uma atitude, uma acção concreta com tanto propalam em suas letras sensacionalistas.

Já vi MCs censurarem e de que forma o juventude drogada (pelo álcool e estupefacientes) mas que nos bastidores dos espectáculos, nas casas de pasto e pelas locais nas ruas consomem a mesma droga que tanto criticam e como se isto não fosse o suficiente, cantam as mesmas músicas nas quais incentivam a consciência dos jovens e naquele estado entorpecido, ganham mais uma inspiração para nova letra de chamada de atenção para comportamentos exemplares. Das mensagens sobre uso de preservativo nem quero falar: não estou lá para os ver caírem na sua incoerência.

A defesa de muitos (senão todos) destes é a seguinte: Aquilo que eu disse naquela música é um personagem que eu descrevi. ele não é eu. Está naquela referida situação e portanto tem aquela visão de pensamento. Nota, não sou eu, nem é minha visão que está ali, eu apenas fiz um retrato e dei a voz ao referido personagem. E para darem um golpe na nossa humilde percepção dizem: estou mazé a criticar aquele tipo de comportamento. Na verdade aquela minha letra é uma mensagem inteligente.

Este subterfúgio é infalível dada a liberdade que o artista tem de criar. Mas tratando-se de arte musical, principalmente as que exigem uma visão coerente entre nossas atitudes e o que tiramos da boca, é num extremo mesquinho e no outro falso, quando somos flagrados num acto incoerente em relação ao que dissemos, afirmarmos que o que dissemos nada tem a ver com a nossa personalidade e sim com um personagem que fabricamos. É num extremo hipócrita escrever textos pomposos, retratando assuntos bombásticos e quando questionados sobre eles dizerem-nos: eu fui inspirado por fulano de X tirando deste modo as culpas pela sua incoerente atitude ou total ausência de argumentos para sustentar as suas palavras.

Portanto MCs, sejamos claros nas nossas abordagens para que hora da apreciação não nos caiam naquela velha história de que a música tem uma mensagem inteligente e que nos como ouvintes temos que perceber que não estamos a fazer nenhuma apologia e sim a criticar de forma indirecta.

Acrescentar por último que é admissível uma mudança de opinião, o ser pensante não é uma entidade estática, mas o que não é admissível é ser incoerente no mesmo espaço e tempo.

PS: Retratistas são os mais fieis (na minha opinião) em relação a toda paisagem descrita em suas letras. Apartidários da situação, não dão quantificam nem qualificam o que descrevem, apenas pintam com palavras, dão voz e não vão mais do que isto.

Som do momento: Tudo vai com o tempo de Yazalde-Yazalde em Tudo se vende, Tudo se compra.

Autor: SoMente

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2008

Clássicos do Mês : Fevereiro :Cypress Hill-Illusions

Para o mês de Fevereiro propomos como um dos classicos a voz aranhada e nasal de B Real no intrigante tema Illusions, uma das mais famosas musicas do grupo Cypress Hill. Produzido pelas maos magicas de Dj Muggs para o album Unreleased & Revamped do longiquo ano de 1996.

Video "Tremendas Ilusoes" do Grupo Terceiro Bloco dos Incultos

Chamam-se Terceiro Bloco dos Incultos, uma das principais senao, actualmente, a principal referencia
do underground rap que se faz na cidade da Beira. Alguns dos seus integrantes mais conhecidos sao Nhosa,
DK, Devil ,que ja actuaram em Maputo nos shows da Tumba Sound, e ainda Rajah entre outros. O video
Tremendas Ilusoes é interpretado por DK e é pra ja a apresentaçao que o Xitapora faz deste grupo, prometendo
em proximas postagens mais material e informaçao deste colectivo.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Tudo Se Vende, Tudo Se Compra


Saudações caros leitores.

Antes de avançar com a apresentação do álbum e antes mesmo que eu seja mal interpretado e rotulado de mal educado, gostaria de advertir que o presente artigo contêm palavras obscenas e que o mesmo alberga observações que podem parecer amoral e desprotegidas de valores que regem as sociedades (de hipocrisia ascendente). Não tive como evitar e nem fiz esforço algum nesse sentido. Eu, nesta escrita, apenas quis ser fiel ao Y-Not Também Conhecido Por (TCP) Yazalde-yazalde, autor do álbum e não censurar a sua frontalidade e crueldade (crueldade de cru) na maneira de expor os assuntos em nome de uma suposta educação. Para mim é expressamente proibido que a "educação" seja um motivo para bloquear os nossos sentimentos tornando-os cárceres das "boas maneiras". Se os bons modos não nos possibilitam expressar da maneira como desejamos, e se por um acaso sentirmos que estes "bons modos" não irão dar a carga sentimental necessária ao que pretendemos dizer, o meu conselho é: sejamos educadamente "mal educado" (se assim quiserem interpretar).

Agora deixemos de notas introdutórias e vamos a centro da questão.

Tudo se vende, Tudo se compra é a frase que intitula este que é o primeiro álbum do Yazalde- yazalde TCP Y-Not. Composto por 16 faixas nas quais se nota, como é habitual, a miscelânea de assuntos que vão desde o próprio rap nacional (faixa 13 com participação do Xigono) até questões transcendentais como é o caso da terceira faixa intitulada D.E.U.S da qual falarei mais adiante. Este pode ser definido como um disco para poucos, porque na verdade são poucos os que ouvem e aumentam o volume para este tipo de som que em jeito de comentário de si mesmo o autor chamou de "mensagem underground", que não passará na TV nem na Rádio, apenas circulará numa dessas maquetes, de mão em mão. CERTO!

Em toda a sua estrutura musical, o álbum é o combinar de sentimentos ora de dúvidas ora de certeza (facto sentido com mais intensidade na música Fuck you Jesus) os quais dão o carácter humano, sujeito a erros, enganos e infortúnios deste mundo. E não se atribui um carácter majestoso, com o intuito de engrandecer a sua pessoa em frases poderosas que levem o ouvinte a idealizar um homem acima de si mesmo, capaz de tudo com aquele tipo de discurso arrogante de EU, EU, EU, EU... que chega invariavelmente a destor com a sua realidade de quem o afirma. Mais humano ainda, mais moçambicano ainda, Yazalde revela-se quando incorporou um personagem, um simples e pobre camponês na faixa número 14 que atende pelo menos título. Este som acústico, iniciado na voz do já mencionado Leo, agracia não só pela moçambicanizana (em certos trechos) mensagem bem como pela sua coordenação em termos de interpretação entre os protagonizastes. Permita-me: o som é foda!

NB: Foi a última vez que pedi permissão para escrever este tipo de vocabulário. Doravante não irei pedir nenhuma permissão. Oh, educação.

Ainda nas músicas, que sequencialmente são o sopro que dão vida ao disco, antes de causar certo espanto, são um martelo que desfaz a moral de muitos, e que auxiliado pela bigorna que são as instrumentais, que pelo seu encaixe com as letras me segredam que foram feitas propositadamente para cada som, perturbam a paz de muitos que se acomodaram nos costumes, nas leis, nas virtudes e correntes do país e do mundo que como já me referi, está em hipocrisia ascendente.

Há um terceiro elemento neste enredo que não pode ser negligenciado: o drama vocal que expressa o significado da letra em questão e acima de tudo uma honestidade para consigo e seu público. Vocifera quando deve, humoriza e abranda que sempre que a situação assim o exige.

Ainda neste Tudo se vende, Tudo se compra que graças ao percurso notavelmente descrito nas notas de agradecimento, pode-se confrontar com um vasto elenco de MCs e produtores, Djs e agentes da mídia que directa ou indirectamente participaram na materialização de mais um produto do grupo Náuseas sem esquecer da participação fulcral da Beat Masters e Cotonet Records e da Tumba Sound Estúdios. (Será que o inglês dá brilho ao nome?).

Como pode notar, este é um álbum a comprar, escutar, emprestar e porque não recomendar.

Saindo do geral para o particular, passo a apreciação directa de alguns sons

Ozenguezene I, II e III

Em três versões, Ozeguezene é um som que de forma conselheira empurra o ouvinte para a acção, incitando-o a agir de momento porque o caminho é para frente. De outro modo eu diria: Viva a vida hoje e não espere pelo dia de amanhã nem te refugies no dia de ontem.

Esqueci-me de dizer que este álbum está repleto de axiomas, frases curtas, frontais sem muitos rodeios. Especialmente nesta música, pode-se notar a "resma" de conselhos para não baixar a cabeça e seguir em diante. Neste tema, repito, o conselho é único: Viva a vida, a tua própria vida em toda sua plenitude. Não viva de lamentações pensando que tudo está perdido e que não tens argumentos para vencer e simplesmente sentar e cruzar os braços ou quem sabe, buscar auxílio transcendental. Tudo está na tua capacidade de acção e não na tua capacidade de fazer oração.

Não se aprisione no passado, tentando buscar bodes expiatórios para justificar as causas do insucesso, não afunde completamente por não ter conseguido atingir o sucesso que pretendias pois "...se vai uma andorinha e não se vai a primavera" porque "...quem tropeça e não cai, dá um passo maior".

Não atropele os mementos: Viva as situações em sua conformidade, chore na hora de chorar, ria na hora de rir, subir na hora de subir. É sempre necessário acreditar em nós, na nossa força, na nossa capacidade de reverter a ordem do cenário e atingirmos o que pretendemos.

Nem tudo que acontece é o que a gente espera

Nem todas as dificuldades da vida a gente supera

Nem sempre as coisas correm da melhor maneira

Se vai uma andorinha e não se vai a primavera

(...)

Esqueça o que passou

Pense no que vem depois

O que passou a vida é só uma vez

(...)

O planeta vai girar no mesmo eixo na mesma orbita

A vida não, esta vai e não tem volta

A causa do movimento é sempre a força

Então ouça, levanta, pensa e avança

Reparar para os erros do passado

Tomá-los como exemplo

O cúmulo da burrice é o mesmo erro em diferentes tempos

Sobre este último trecho em ligação como o coro falarei mais adiante.

D.E.U.S

Pare um instante para pensar como seria se um ser humano se tornasse o supremo magnificente: O senhor que ninguém vê, apenas dizem que sentem. Bem, acho que nada mudaria dado que somos feitos a sua imagem: Irresponsáveis!

Este som é fruto de um sonho, uma fantasia onde se dá asas a imaginação e cada participante foi convidado a expor à sua maneira uma nova génese para o mundo no qual vivemos. Sem dúvida o som é divertido de se ouvir principalmente pelos diversos pontos de vista que são apresentados. Aproveite para saber o que seria de nós se todo o Universo humano ajoelhasse, rezasse, se curvasse, pregasse, adorasse, (...) o DEUS Yazalde-Yazalde ou um dos seus convidados.

O Mundo reclama de tudo

Bem vindo ao tribunal público onde todos somos Juízes, Advogados, Promotores de justiça, Réus, cúmplices, testemunhas, Escrivão e ou assistentes. Não há como escapar a isto, todos permutamos as posições acima supracitadas de circunstância a circunstância.

Este tribunal assemelhasse aos institucionalizados. Está repleto de injustiça, hipocrisia e luta pelo poder. Assim, o som é narrado sob a forma de aforismos (facto que caracteriza grande parte das músicas): Frases curtas, secas, umas atrás da outra, como uma rajada em direcção ao alvo. Enaltecendo a atitude de se reclamar diante de tudo e na ausência do tudo por reclamar, reclame pela sua ausência. Ah-han é a lógica invertida. Isto é, se não há nada por reclamar, então reclame por já não haver nada por reclamar.

Ele, o som, vagueia sob diversos pontos devido ao emprego desta técnica de escrita aforimística (permita-me). Mas para ser preciso pode-se perceber que ele versa-se sobre reclamações em torno da política, religião com doses de relações humanas a mistura.

Distribuição de tabefes

Reclama-se que o povo vai perdendo toda fé

Reclama-se que a igreja é um ganha pão para comer

Reclama-se que o desemprego vai aumentado a cada dia

Reclama-se que a prostituição já aumenta em várias famílias

(...)

Reclama-se que a imprensa é toda parcial

Só pode divulgar o que o patrão vai gostar

Reclama-se que o rap de hoje em dia não tem mensagem

Não diz nada de jeito, só bling-bling e bobagem.

(...)

Reclama-se que a democracia é mais uma utopia

Reclama-se que não há donzelas virgens hoje em dia

Reclama-se que os deputados falam e não fazem nada

Reclama-se que hoje em dia é tudo uma fantochada.

Reclama-se que já não há amantes sérios no partido

Estão todos a pensar no salário, pão garantido

(...)

Reclama-se que já não há fidelidade hoje em dia

Tudo é em público é só levar para a esquina.

(...)

Reclama-se que os Católicos são liberais demais

Que a igreja é uma casa oculta templo de Satanás.

Reclama-se que o sistema está viciado

Nada funciona

Reclama-se que o povo aceita tudo já não reclama.

Reclama-se que já ninguém pensa na maioria

Reclama-se que o futuro será a pior porcaria.

Reclama-se todos reclamam e ninguém tem razão

Reclama-se que tudo se diz nada muda e é tudo em vão.

Reclama-se que a liberdade de expressão é um absoluta

Que repreenderam o madjerman quando chamou Chissano de filho da puta.

Reclama-se que os PAPAS devem casar e fuder

Porque são de carne e osso como um homem qualquer.

(...)

Em suma: é preciso reclamar pois só reclamando evitamos a inércia, a desordem e marchamos rumo a melhoria do estado actual.

Palavras dum pai

Esta narrativa é em torno de um pai sem condições financeiras que durante uma refeição inicia um dramático diálogo com os seus filhos e exprime sua incapacidade em satisfazer as necessidades de sua família.

Este som é bastante comovente e retrata a vida de uma pai (igual a muitos) que estando numa situação de carência monetária, a qual o afunda, arrasta os seus filhos fazendo-os vítimas desta infelicidade.

Os filhos, descritos como incompreensíveis, não aceitam este pai pelo facto deste ser o que é: um falido.

Apesar de honesto, crente em Deus é mais um frustrado que anda por ai na cidade que tenta formar uma família nobre com base nas leis de Cristo. Este mesmo pai, ainda no referido diálogo, lamenta ver os aniversários dos filhos passarem como se de uma data qualquer se tratasse, lamenta ver os filhos adoecerem sem no entanto ter algum no bolso para lhes propiciar o melhor atendimento hospitalar, que neste país são sem dúvidas as clínicas especiais. Socorre-se contraindo dívidas, passa noites em claro e finalmente anseia que os filhos dêem aos seus netos tudo aquilo que ele não conseguiu dar aos seus filhos sem contudo esperar perdão por parte destes, pois nem ele mesmo se perdoa.

Para ser mais preciso eu diria que é a história de um pai fracassado que se sente culpado por trazer ao mundo seres que hoje pagam, junto consigo, a sua factura pesada de não ter condições mínimas de subsistência.

Não falarei muito desde som, não pretendo tirar a originalidade e o sentido dramaturgo do Yazalde-Yazalde.

Portanto:

(...)

Sou um simples trabalhador,

Filhos eu ganho mal

Para trazer (...) imagine o que tenho que passar

Tenho um patrão tuga que me chama de caralho

me dá até bofetada

(...)

Sou o tal preto de merda, o foda-se o filho da puta

Sem direito a razão, o tal de ideias astutas.

Se eu me queixar: bye bye meu emprego

Ele me trata mal mas é quem me enche o estômago.

Minha razão são vocês,

Minha esperança são vocês

Se não fosse por vocês eu não voltava para lá.

Me dói quando vocês dizem: eu não como este prato

Eu não como esta merda é para porco, esta merda é para ratos.

É o melhor que eu posso dar

É o melhor do vosso pai

Eu sei muito bem que os outros pais dão muito mais

É triste para mim não ser o melhor exemplo

São palavras de um pai pobre, filhos eu lamento.

O som, com a participação do Leo no coro deu-me um valente soco no estômago e pôs em causa o meu estado emocional.

Tudo se vende, Tudo se compra e Tudo vai com o tempo

Este é o som que dá título ao álbum. O tema denuncia o conteúdo geral da música mas de forma alguma anuncia as temáticas aqui abordadas pois o seu sentido alastra-se sobre diferentes pontos de ordem social.

Pode-se dizer que este som é, literalmente a caracterização daquilo que é o ser humano: um predador que desconhece a sua própria carne (pode comer a si mesmo).

Não gostaria que o ouvinte percebesse o Tudo se vende, Tudo se compra como uma troca directa entre o tudo que desejamos e dinheiro. Para perceber exactamente o sentido desta música para encarar o seguinte: tudo se troca desde que as partes envolvidas estejam em harmonia de interesses. Suponho, agora não totalmente fora do contexto da música, que podemos comprar um bem estar apenas com o nosso silêncio ou nossa submissão ou ainda uma cultura de deixa acontecer, se assim está eu sigo a risca desde que viva sem sofrimento.

Voltando a música. Cada um de nós cria a sua forma de agir para existir mas apesar desta individualidade o que nos iguala é que todos temos a mesma finalidade: atingirmos o nosso bem estar nem que para isso tenhamos que por em causa as ditaduras do tempo, que não passam de armaduras para nos prender e nos pôr em concordância e superficial harmonia como homens, nem que para isso tenhamos que por em causa a constituição espiritual (a moral), nem que para isso tenhamos que por em causa a constituição legislativa (as leis). Dai que tudo podemos vender. Para este efeito é só encontrar a pessoa que está disposta a pagar o preço. Nisto eu faço uma ponte com o tema 11 que tem a participação de Demo e Brotha Cycle intitulada Tudo vai com o Tempo: O que sou hoje ou o que digo hoje, posso já não ser amanha e contradizer amanha respectivamente. Logo o som de cera forma silenciosamente pode desencorajar indivíduos que se assumem como fixos e invariáveis.

Cada passo no seu tempo

Cada frase no seu tempo

TUDO VAI COM O TEMPO

Cada crença no seu tempo

Cada plano no seu tempo

Cada lei no seu tempo

TUDO VAI COM O TEMPO

O homem não só vende a si mesmo quando desgasta o ambiente bem como vende todos seus princípios, todos princípios (crenças e leis) que ele elegeu para regular sua vida. Ora bem, se estes princípios, sejam universalmente ou localmente lhe estiverem a dificultar o processo para atingir o seu bem estar: eles serão cambiados pelo bem tão desejado:

Tudo tem um preço

Tudo se vende, tudo se compra

Até o respeito, a dignidade e a honra.

e sem me esquecer acrescento

Cada crença no seu tempo

(...)

Cada lei no seu tempo

E quando me refiro que as duas constituições que regem o mundo são negligenciadas, quero dizer, sustentando-me pela música claro, que laços de sangue, amizade, irmandade, a pátria, e consequentemente o futuro claro, e todos alicerces que suportam e abençoam estas relações caem quando pretendemos lograr com sucesso o nossos tentos.

Se vende o futuro para garantir o presente

Os negros nascem endividados já escravo do Ocidente

Gastarão os seus dias a trabalhar para pagar

Um contrato se hostiliza pois não souberam celebrar.

(...)

Tudo dá para um bom negócio

Repara bem a sua volta

Esteja ciente que tudo se vende, tudo se compra

Fuck you Jesus (Foda-se Jesus – numa tradução directa)

Na voz do Y-Not: é a blasfémia né? A mensagem underground.

Antes de falar deste assunto, gostaria de dizer que aqui se trata um puxão de orelha ao Senhor cujo: projecto em fazer o mundo foi um fracasso reconheça e que farto já cansado exige que o mesmo Traga logo o fim do mundo antes que o diabo leve logo uma criança.

Eu não sei se fui burlado pela minha percepção mas julgo que a deixa vai em direcção ao Jesus bíblico. Aquele que miraculosamente veio ao mundo e passado anos aparece gloriosamente superando as tentações mundanas no monte Sinai, depois pregando a ordem para a qual foi incumbindo ( a palavra de Deus) e por morto na cruz como outrora era feito na época a todo e qualquer indivíduo que era tido como contra ordem e progresso do Império Roma.

A tolerância deste já

As coisas sobem me a cabeça

Provocam-me raiva

Sobem-me tanto que se transformam em palavras.

wuaaaa

... eu sempre te respeitei

Amei, louvei e te dediquei.

Eu sou um bicho homem feito de carne e não de ferro

Algo me aperta os meus tomates em vez de sorriso eu dou um berro

wayaouu

Os ímpios crescem, os bons decrescem

Os maus triunfam, os bons tropeçam

Os que seguem a tua doutrina mais pobres se tornam

Pedimos a tua mão, secamos a vida toda

Enquanto o diabo nos estende a mão e nos dá o mundo na nossa palma.

E com lógica diante dá história bíblica que afirma que somos produtos de deus e que nossos destinos já estão delimitados, nossos passos já traçados e que se assim é nossas falhas e acertos não dependem de nós. Não dependem de nós porque já esta traçado, apenas viemos para as efectivar argumenta:

O mundo é cruel

Tu sabes quem fabricou

Não se condena com cada peça

Condena-se quem fabricou.

Eu sou ma dessas peças que hoje mal funciona

Escuta esse refrão:

ESCUTA ESSE REFRÃO:

Fuck you

Fack you Jesus

Fuck you

Fack you Jesus ...

Acima implicitamente afirma: Se eu sou a Criação, e estou torto porque culpar a mim (que sou vítima da má produção) e inocentar o Criador?

No final do som desabafa que:

As vezes eu tenho dúvidas as vezes consigo crer. Mas directa ou indirectamente todo mundo em Deus crê. Mas nem por isso eu vou tirar o meu refrão:

Fuck you Jesus

Fuck you Jesus ...

Muzika Moderna

... toca os filhos da puta cantam

As putas dançam

E os parvos compram.

Efectivamente é este cenário que define a música moderna que não necessita de inspiração nem sentido para ganhar galardões e ser consagrada como conjunto de sons com harmonia que logo se rotula como música. Mas agradecia ao leitor que não limitasse a imaginação no termo moderno que pode parecer algo que surgiu apenas nos tempos presentes nem tão pouco julgar que música moderna que aqui se trata é efectivamente as que surgiram recentemente pois o sentido moderno é apenas aquilo que está na moda e moda da sua definição clássica é o evento que mais se repete num determinado tempo e espaço. O desabafo é direccionado a ausência de letras que tenham além de sentimento, alguma conteúdo e que respeite o tempo de canto. E por fim, total rejeição se ela é validada pela midia, apreciada e valorizá-la por ser a que mais vende.

Estas merda de músicas modernas niggas não percebem

É por isso que meu disco vende mais vezes.

Não entendem pautas e tons musicais

Se estou fora do compasso, nigga é meu style.

As editoras pagam salários pela venda do meu LP

Eu toco no Verão amarelo agora sou VIP.

(...)

A musica ta a tocar

Os parvos estão lá na Conga a comprar a cantar.

É a mais fácil de fazer

É a que mais consegue bater

To em todo lugar

Em toda Top 10.

Eu me inspiro em Duas Caras o país da marrabenta

Agora me inspiro em Duas Cabras o marrabanteiro da Xtaca.

Eu me inspiro em MC Roger e Oliver Style, Bang, o Digital

E a puta do Bling.

Adoro o Fil Baybe e o magnifico OKV

Marrabenteiras da Dinastia U Uii.

Sou capa de revista e anuncio de jornal

Como MC Roger eu passo clipe lá no telejornal

E daqui a instrumental muda, o sentido da letra torna-se uma reprovação de todo o sentido musical que é comercializada pelas editoras e enaltecida e glorificada pela midia que condiciona os ouvintes, e estes com habitos de rebanho são arrastados como um barco que sem leme só tem que obedecer o vento. Portanto, não tem uma identidade musical, ingerem o que esses fazedores da música moderna vomitam, as editoras recolhem e cozinham e os mídias servem: bom apetite. E ainda, na voz do Xigono, que é quem faz esta última parte, se invoca profundamente a essência da música e acima de tudo a arte de o bem fazer.

O camponês

Na nota introdutória eu já tinha feito menção a este som. Acrescentarei apenas que na se enaltece a importância do camponês que desvalorizado apesar de ter contribuído para sustentar todos homens que lutaram pela pátria para a sua libertação do domino colonial. Apesar de reconhecer sua ignorância diante do mundo evoluído, sabe afirmar que cada profissão tem sua importância e que não está contra a evolução das coisas e sim contra a desvalorização.

É a dor do camponês que não é dado importância numa sociedade como a nossa, sem indústrias, sem tecnologias.

Nem Deus me pode julgar

Neste som, os satanas quiseram se expressar e chamaram o Yazalde-Yalzalde e o usaram como via para dizer tudo que lhes corria a veia. Reuniram uma resma de vocábulos para manifestar o seu esgotamento em relação a arrogância de uns que por estarem em certas posições tornam-se intocáveis e consequentemente julgam os outros exigindo-os perfeição inventando normas para regrar a todos pese embora o facto de nem todos serem abrangidos por tais ditaduras sustenta.

Eu sou um fora da lei

To farto desta lei

Cansei de ser fudido e agora decidi foder.

Eu pedi de tudo para Papa João Paulo II fazer update dos 10 mandamentos

Isso é do tempo de Abrrão

Isso não é para nossos tempos.

Como o filho da puta do Bush não ratifica a convenção de genebra

Ninguém me pode julgar

Vão todos a merda.

Mbolo ya maku nhakongo (...)

Novamente traz para mais um som do álbum a questão de sempre: de quem é a culpa de todo fracasso humano, de todos nossos erros, de toda nossa fraqueza: do Criador ou da Criação:

Erro de projecto

Ou erro de fabrico

E não dependendo da resposta dada como eu já havia dito, ele age educadamente sem educação e diz: Com todo respeito vai aqui o meu especial komgo wa maku.

Reiterando que já mandou um fuck para Jesus e manda neste manda as sobras para o Maomé. Assume que o homem é um ser astuto que só pensa nas garantias e Jesus não foge a linha:

Como aguentar firme diante de chutes e ponta pés?

Jesus aguentou porque sabia que haveria de ressuscitar depois de três dias

Tinha garantias

O gajo entregou-se a morte porque sabia o que ganharia

Hahahaaaa...

Cada um com o seu objectivo (...)

EXTRA:

Matemática outra vez:

Para a terceira faixa foi convidado um MC a participar. E já que é um MC porque não acrescentar o número 1 em frente do número três. E o que acontece? Caímos na faixa número 13. E é esse mesmo número que o mesmo MC faz parte. Hum! Conscidência?

Notas da In. In, Incoerência

Se ele argumenta que: O cúmulo da burrice é o mesmo erro em diferentes tempos, então a primeira frase do coro da referida música (Ozenguezene I) que é esqueça o que passou torna-se perigoso para quem não quer atingir o cúmulo da burrice. Portanto não dá para esquecer o que passou, caso contrário cais na mesma armadilha. Então o coro a partir daqui passa a ser

Não esqueça o que passou

Para que não possamos cometer o cúmulo da burrice.

Notas Extremamente Pessoais:

1. Dado que tudo se vende e tudo se compra, quanto custa a prisão do nosso Hip-Hop?

- Um patrocínio que irá inviabilizar certo tipo de mensagens por conterem pontos de vista que vão em desacordo com os patrocinadores e ou apresentadores dos nossos programas de Rap que de nacional só tem o nome?

2. Dado que:

Pensamos em andar na hora de tropeçar

Pensamos em subir na hora de cair

Pensamos em vencer na hora de perder

E em viver na hora de morrer.

Minha dúvida é:

Qual é a hora para perder

Qual é a hora para cair

Qual é a hora para tropeçar

Qual é a hora para morrer?

Tudo isto atendendo em consideração que o homem é um animal com instinto de dominar, vencer, e sempre luta para viver.

Concluo com uma passagem extraída das notas de agradecimento:

Agradeço

Antecipadamente a todos que, de maneira alguma, se sentiram insultados e magoados por qualquer um versículo recitado aqui este álbum que é um dos primeiros símbolos de unidade nacional na comunidade Hip-Hop em Moçambique.

Tudo se vende, tudo se compra

1- Intro (com Manglongondingo)

Prod. Wakkas e Didinho

2 – Ozenguezene I

Prod. Drifa

3 – D.E.U.S (com Náuses e Máscara Negra)

Prod. Brotha Cycle

4 – O Mundo reclama de Tudo

Prod. Mak da Produça

5 – Vai não vai (Ozenguezene II) (com Flash Encyclopédia)

Pro. Brotha Cycle

6 – Palavras dum pai (com Leo)

Prod. Drifa

7 – Quem me enfiou o Supositório? (com Xigono)

8 – Direitos & Obrigações

Prod. Drifa e Yazalde-yazalde

9 – Tudo se Vende, Tudo se compra (com Drifa e Deusa Poética)

Prod. Mak da Produça

10 – Fuck you Jesus

Prod. Brotha Cycle

11 – Tudo vai com o Tempo (com Demo e Brotha Cycle)

Prod. Mak da Produça

12 – Mais um dia de Vida

Prod. Megga Base

13 – Múzica Moderna (com Xigono)

Prod. No Blast (pt.1) P Underground (Pt.2)

14 - O Camponês (com Leo)

Prod. Leo

Co-prod. Yazalde-yazalde

15 – Nem Deus me pode Julgar

Prod. No Blast

16 – Vai não vai (Ozenguezene II) – Remix (com Flash Encyclopédia, Coldman, Drifa, Brother Cycle e Escudo)

Prod. Brother Cycle

Beat Masters Studios e Cotonet

2007 TODOS DIREITOS RESERVADOS NÁUSEAS



Texto de So.mente


Foto extraida no http://makdap.blogspot.com